quarta-feira, dezembro 02, 2015

Não Fui Honesta

 

Não fui honesta.

Disse-te que não gostava de ti, que não podia gostar porque já não te conheço. E por isso, não fui honesta. 

Como é que te iria explicar que sempre que te vejo, o meu coração falha uma batida e depois começa a bater descompassadamente? Ele não faz isso por mais ninguém, portanto, não fui honesta.

Como é que poderia explicar, ou começar sequer a explicar, que há anos isto acontece? Longe da vista, longe do coração, talvez...mas sempre que te vejo pelo canto do olho, há todo um misto de sensações que não me consigo impedir de viver. 

Talvez tivesse sido honesta, se soubesse que não me iria magoar. Admitir a mim própria que tens mais importância do que deverias, é um pouco doloroso. Porque depois de admitir, fica difícil fechar os olhos e o coração a pequenos pormenores, que de outra forma podemos enxotar para o lado como se não tivessem a menor importância.

Portanto, tentei desvalorizar para diminuir a intensidade, mas fiquei a queimar-me sozinha.

Os dias passam, assim como as semanas e os meses, e há sempre uma vozinha no fundo da mente com mil perguntas às quais não posso dar resposta. Porque as respostas só tu as tens.

Posso supor, apenas. E todas as suposições doem e nenhuma é válida, porque nenhuma é verdadeira. Porque a verdade só tu a conheces.

E a minha verdade, só eu a conheço... Porque isto, isto é apenas a ponta do iceberg.

1 comentário:

C. disse...

um fogo que arde e não se vê... não há cura *