É fácil falar de uma tuna quando se está do lado de fora. É
fácil julgar as pessoas como um bando de paspalhos e paspalhas que fazem muito
barulho (até porque aquilo não é música de jeito) e que só se sabem embebedar. É
fácil.
O que não é fácil é saber como é realmente uma tuna.
Encontrar palavras para descrever o sentimento de pertença por vezes torna-se
complicado.
Uma tuna é a família que nos acolhe quando a nossa não está
por perto. Tuna são as pessoas que se preocupam connosco quando estamos
doentes, ou simplesmente não estamos bem. É ter um grupo com quem partilhamos
memórias de alguns dos momentos mais felizes ou loucos (por vezes os dois)
pelos quais já passámos. É sair à aventura sem ter certeza do que vai
acontecer. Por vezes é aprender a andar no fio com rede de protecção. É ir a
uma aldeia tocar e ser acarinhados pelas pessoas. É passar um ano a montar um
festival e a trabalhar para que haja o mínimo de erros possível e ficar com o
coração nas mãos até se ouvir o último acorde. É conhecer pessoas de todos os
cantos do país. Do mundo, até! Lidar com as diferenças inerentes a um grupo, as
várias personalidades, os defeitos e as virtudes. Ter picardias e mesmo assim
continuarmos a preocuparmo-nos com as pessoas.
Com algum álcool pelo meio? Claro. Mas somos mais do que um
grupo de bêbedos. Somos uma família. E se estás numa tuna e não sentes tudo o
que escrevi e mais ainda…you’re doing it wrong. Ou não é a tuna certa para ti.
E não me venham dizer que sabem como é uma tuna se nunca
estiveram numa. É sempre fácil avaliar as coisas do lado de fora e continuar os
preconceitos. Difícil mesmo é descrever. Porque uma tuna não se descreve.
Sente-se.
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