quinta-feira, março 29, 2012

Amigos

As pessoas não são brinquedos. Muito menos os amigos.
Não é como se pudessemos brincar com eles enquanto nos apetece, depois lá chega o dia em que nos aborrecemos, ou temos um brinquedo novo, e deixamos os antigos de lado. Mais tarde, lá nos lembramos dos bons tempos em que brincavamos com um antigo brinquedo e, ou porque temos saudades desses tempos, ou porque já estragámos os novos, vamos buscar aqueles que estavam de parte, numa prateleira ou no sótão.

Eventualmente, isto torna-se um ciclo. Aqueles que já foram afastados uma vez, voltarão a ser afastados em detrimento de brinquedos novos, ou porque trazem aborrecimentos.

Ora bem, as pessoas não são brinquedos que podemos ir buscar só quando nos apetece, dá jeito, não temos mais que fazer ou porque nos sentimos mais sós. Os brinquedos não pensam, não têm sentimentos (lamento, Woody), os brinquedos não se importam com esse afastamento e regresso. As pessoas sim.

Num mundo em permanente mutação, em que não conseguimos prever o que vai acontecer amanhã, nem pensar num futuro a longo prazo, precisamos de pessoas "porto seguro", das que não vão a lado nenhum, que não importa quantas pessoas novas conheçam, estarão lá. Pessoas que gostam genuinamente de nós, apesar dos defeitos, apesar de não estarmos sempre disponíveis para brincar, mas que sabemos que nunca irão sair do nosso lado.

2 comentários:

Ricardo disse...

Já falei lá no blog da F. (ou lá que letra lhe atribuí) e não foi o unico caso. as pessoas Às vezes parecem esquecer-se de que uma amizade tem que ser algo reciproco ou gasta-se.
E não estou a falar de presença física e atenção constante, mas há sempre um mínimo acima do qual temos de andar sempre :)

Tio Heartless disse...

True and true sweety