terça-feira, setembro 06, 2011

Utopias

 
Às vezes tenho a sensação de que ando a desperdiçar a minha vida. Que me engano dia após dia, dizendo a mim própria que não sei o que quero, quando na realidade sei bem demais.

Será mesmo que desperdiçamos a vida à espera que as utopias deixem de ser inatingíveis? Serão realmente inatingíveis ou somos nós que levantamos obstáculos às nossas realizações, com medo de falhar, apenas com o intuito de as tornar mais reais?

Ao pô-las onde não as podemos alcançar, tiramo-nos valor, damos mais valor ao objecto, pessoa ou objectivo, e tornamos as coisas mais delineadas.

Imaginar para tornar real.

Depois, quando saímos dessas espécie de sonho, reparamos que à força de tanto idealizar e de colocar as coisas num lugar inatingível, acabámos por deixar passar a oportunidade de realizar o que idealizavamos e esta afastou-se, efectivamente, para longe do nosso alcance.

5 comentários:

Tio Heartless disse...

É possivel que nunca chegues a alcançar essa utopia, mas tambem é isso que te faz mover e te dá força para avançar.

IvCord disse...

Utopias pessoais, compreendo. Complicado é enfrentar a realidade dos factos.

Afal disse...

Heartless, no fundo são as utopias que são um pouco de colorido às nossas vidas, como os sonhos. A diferença é que nos sonhos acreditamos que conseguimos realizá-los, enquanto as utopias são inalcançáveis, pelo menos na nossa cabeça.

Mano, eu cá acredito que as utopias nascem a partir do momento em que não conseguimos enfrentar a realidade. Começamos a idealizar as coisas e quando damos por nós, temos todo um mundo idealizado à nossa frente!

Jedi Master Atomic disse...

É bom sonhar, mas que sejam sonhos concretizaveis e não fantasias ;)

Afal disse...

Jedi, aqui a questão não são os sonhos, esses nós acreditamos que conseguimos alcançar, com maior ou menor esforço, mas há sempre esperança. O problema é quando pomos algo num pedestal, tornando difícil alcançar. Não significa que à partida já lá estava, nós é que temos mania de nos rebaixarmos e acharmos que há coisas boas demais para nós e tornamo-las inalcançáveis, quando se calhar à partida nem estavam assim tão longe do nosso alcance.