quinta-feira, novembro 12, 2009

A Escrita

Estou a ler O Nome do Vento e isso levou-me a pesquisar um pouco sobre o autor. É apenas uma coisa que gosto de fazer quando gosto muito de algo, tento descobrir mais e mais.

Na minha busca, encontrei o blog do autor: http://www.patrickrothfuss.com/blog/blog.html

O blog dá-me uma sensação boa. A par de o livro ser realmente muito bom, com uma história interessante, o facto de o autor manter um blog onde vai comunicando com os leitores, faz com que goste ainda mais de tudo o que está relacionado com a sua escrita. Os laços criados entre um leitor e o autor são indestrutíveis depois de formados e Patrick Rothfuss cria laços profundos com os seus.

Mas houve uma coisa que me chamou a atenção no blog, enquanto fazia uma leitura na diagonal: Everyone Hates Their Job Sometimes...
A dissertação que o autor faz sobre o facto de as pessoas não levarem a bem ouvir um autor a queixar-se do seu trabalho fez-me pensar. As pessoas pensam que para escrever um livro basta...papel, um qualquer material de escrita e tempo. Sim, fazem o que adoram, na maioria das vezes (nem todas), mas como toda a gente, têm momentos de frustração (se chegam a um beco sem saída e não vêem uma forma de continuar), de falta de inspiração e ideias, porque um autor não tem necessariamente de ser um poço de ideias, ou mesmo apenas cansaço, seja ele físico ou psicológico.

Dou muito valor ao que ele escreveu, porque me revi em cada palavra. Um dos meus maiores sonhos/objectivo de vida, é escrever um livro. É uma coisa que nunca escondi e quem me conhece (mesmo os que não conhecem), sabem que para mim os livrostêm um valor inestimável. Enquanto a leitura é a minha janela para outros mundos, a escrita é um refúgio. Adoro escrever, porque me liberta, mas isso não faz de mim escritora. O sabermos escrever, não faz de nós escritores. Há que ser o Senhor(a) das Palavras, jogar com elas, saber conjugá-las, levá-las a dizer aquilo que queremos, manipulá-las e formar um encantamento. Li muito e, até ao fim da minha vida, ainda vou ler muito mais, espero eu, e sei que os melhores autores são os que têm a capacidade de formar imagens com as palavras. Os que criam vórtices que nos arrastam para dentro das histórias que um dia eram apenas pensamentos. Os melhores escritores, prendem-nos a vista, a atenção e o fôlego. Não é o livro que nos pertence, somos nós que pertencemos ao livro.

Um dia. Um dia, quando evoluir nesse sentido, poderei almejar chegar aos calcanhares dos grandes autores. Até lá, vou sonhando.

2 comentários:

Anónimo disse...

Um dia...eu também. :)

Adorei esse livro, espero ler mais obras de Zafón. Agora vou ao blog dele.

Afal disse...

Confundiste "A Sombra do Vento" com "O Nome do Vento". São livros diferentes, de autores diferentes. Zafón tem uma escrita impressionante, dos melhores livros que li até hoje, mas este é de Patrick Rothfuss. São umas meras 966 páginas :D