domingo, junho 01, 2008

Quase

“Quase”, palavra que dói
Com a intensidade que queima
Do que poderia ter sido
Mas que nunca foi.

“Quase”, palavra cruel
Que enregela o ser
Na profundidade de um dia
Ter amado o que não podia ter.

“Quase”, palavra demente
Proferida no louco silêncio
De um coração que bate
Pelo nobre sentimento ausente.

“Quase”, palavra desmedida
Que de tamanha enormidade
Incumbida, do “tudo” que queria
Acabou por perder o que tinha.

Foi quase, um quase tudo,
Largado ao sabor do vento
Que do quase tudo prometido
Em quase nada se transformou.

E agora aqui estou
Amordaçada por um
Outrora quase tudo,
Hoje quase nada.
15/05/08 Afal

2 comentários:

GuudTime disse...

Este poema está quase... desculpa, está perfeito!

Anónimo disse...

Ui, deve ter sido one hell of a day quando escreveste isso.

LFT